terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A auto-mutilação...



Pois é gente... infelizmente passei por isso e várias vezes !!!


Agora vcs me perguntam, o que me levou a fazer isso ?
Sinceramente não sei, muitos dizem que é para suprir uma dor que está tão forte que não conseguimos tirar e "transferimos" para outro lugar, então nossa atenção se volta para essa nova dor.
Às vezes eu tinha tanto ódio de mim que minha vontade era de me destruir, e quando eu me cortava, eu me sentia aliviado, me sentia mais calmo, mas muitas vezes eu nem percebia, eu não sentia dor alguma, mas depois... ahhh como eu sofria, ardia, doia, é muito difícil descrever.
Eu lembro de um dia, esse foi o pior, eu tava mal, angustiado e de repente eu fui na cosinha peguei a faca mais afiada e fiquei olhando prá ela e do nada uma fúria tomou conta de mim e comei a dar facadas no meu braço, eu precisava ver o sangue, e quanto mais eu sangrava, mais minha raiva aumentava, o meu ódio de mim, o meu ódio do mundo, eu me sentindo rejeitado, principalmente por mim mesmo.
Depois eu fui no banheiro para tomar banho e quando ví eu estava sentado no vaso com a perna para cima e fiz um corte enorme na minha perna, o sangue jorrava e eu ia ficando cada vez mais desesperado e ao mesmo tempo mais aliviado, então comecei e me "unhar" todo, me arranhar até tirar sangue, parece que eu estava completamente fora de mim, aliás eu estava, uma pessoa dentro de si jamais faria isso.
Então, num momento de lucidez eu peguei o telefone e liguei prá minha mãe, pedindo para ela vir prá minha casa que eu estava todo sangrando, que eu havia me machucado e muito, que eu tinha me cortado todo.
Ela ficou desesperada e falou para eu esperar que ela já estava indo, e nossa como aqueles minutos duraram eternidade, nossa e a dor ia aumentando, e quando mais dor eu sentia, mais raiva de mim eu sentia e comecei a me bater, eu gritava, urrava, eu queria morrer, queria pular a janela da sala, mas eu não conseguia sair do chão.
Quando minha mãe chegou eu não reconheci ela, comecei a gritar, dizendo que estavam invadindo a minha casa, eu não deixava ninguém se aproximar de mim, meu pai veio tentar me segurar e eu batia nele e me batia, eu estava completamente fora de controle.
Eles chamaram o SAMU, que veio muito rápido, pelo menos eu acho, não lembro de muita coisa. Os paramédicos chegaram e me levaram pro hospital, chegando lá eu já estava mais calmo, como se nada tivesse acontecido, estava sereno, tranqüilo e sentindo muita dor.
Me deram pontos, me atenderam rapidamente, eles queriam me deixar internado, de observação, mas eu implorei prá minha mãe deixar eu ir embora, para ela ficar comigo na minha casa, eu estava bem, pelo menos eu achava que estava...
O maior problema dessa doença, são os altos e baixos repentinos (mas isso eu entro em detalhes numa próxima vez que eu postar, já estou ficando com sono e preciso terminar esse relato).
Voltando ao assunto, quando eu estava no carro, veio uma coisa em mim, uma vontade de morrer muito forte, então abri a porta do carro e tentei me jogar do carro em movimento, minha mãe quase caiu do carro junto comigo, mas ela conseguiu me segurar.
Eu nunca falei dessas coisas com ninguém, vocês não sabem o quando é difícil, parece que estou revivendo tudo.
Hoje estou sentindo uma enorme dor...

Mas graças a Deus já tem uns 6 meses que eu não me corto e nem me arranho.
Estou com muito sono, amanhã escrevo mais.
Quero contar minha história desde o início, para depois chegar nos dias de hoje, na fase em que Graças a Deus, à minha família e ao meu amor eu estou controlado e vivendo uma vida quase normal de novo.

Beijos.


5 comentários:

  1. sOFRO DE UMA DOENÇA~E NAO SABIAA

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  2. Nossa que relato triste, eu sinceramente quase parei de ler, pois não aguentava imaginar alguem nesse estado, nunca me cortei, nem sei como alguem opde chegar a esse ponto (por favor não estou julgando ninguem) mas como vc mesmo disse Graças a Deus você está bem agora.

    Boa sorte com tudo viu.

    http://vestidodebolinhaesaltoalto.blogspot.com/

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  3. não é doença, é alívio, eu me sinto feliz quando me corto, me sinto linda, me sinto livre, como se todas as pessoas que eu odeio e que me humilharam nunca tiveram existido.

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  4. Não creio que pessoas julgam outras por isso. Auto-Mutilação pode ser dor para alguns assim como pode ser o alivio para outros. Se alguém faz isto é por bem querer e ninguém tem o direito de julgar por este mesmo.

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  5. Oie boa madrugada!!!
    Eu comecei a me cortar aos 13, quando achava que fazer algo de errado não era o bastante então cortava minhas pernas com gilete ou lápis.
    A ultima ou pelo menos achei que seria a ultima foi com 21 quando escrevi idiota no braço com a gilete. Depois parei.
    Mais semana passada tava tão ruim que enfiei o brinco no meu braço. E pensei ate em me matar.
    É uma doença sim, e sei que preciso de tratamento. Melhora naquele momento pois a dor fica no braço, na perna ou no lugar em que vc se cortou. Mais depois a dor sentimental volta.
    E a única coisa que nos ajuda a parar é olhar pra os lados e perceber que existem pessoas que nos amam. E isso me fez perceber que se cortar não é o melhor caminho.
    As vezes da uma vontade, mais me distraio e sigo em frente.

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